segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A História de Ravenloft

A História de Ravenloft
A verdadeira história de Ravenloft começa em um mundo distante cujo nome não é pronunciado nem mesmo pelo mais corajoso dos homens. Alguns dizem que suas origens foram esquecidas por todo mundo menos uma pessoa. O que pode ser verdade.
Este mundo sombrio possuía reinos semelhantes aos encontrados em Oerth, Faerun, Krynn ou qualquer uma das outras esferas que circundam as estrelas incandescentes do Plano Mortal. Nossa jornada ao passado começa no coração de um desses lugares. Ele se chamava Baróvia, e foi a pedreira de onde a pedra fundamental de Ravenloft foi talhada.
Antes de começarmos nossa jornada, devemos estabele­cer certos critérios pelos quais ela pode ser avaliada. Afinal de contas, uma jornada não é estimada pelo seu princípio ou seu fim, mas pelo que transcorre no meio dela. A maneira como definirmos esse período transitório é importante.
Há muito tempo é tradição entre os sábios em Ravenloft, utilizar o calendário Baroviano para registrar os eventos no Semiplano do Pavor. Isso é feito por muitas razões, entre elas costume e praticidade. O fato é que ele é aceito como padrão em Baróvia, Necrópolis e até mesmo entre os erran­tes Vistani. Por isso, vamos adotar a mesma prática.

OsTempos Passados
Poucos registros — se é que existem — detalham a vida do príncipe-guerreiro Strahd von Zarovich. Sabe-se (pois ele próprio o admite) que ele e sua família foram forçados a abandonar seus lares ancestrais por um inimigo que ele chama de Tergs. Exatamente quem é esse povo ou quais teriam sido suas motivações nunca saberemos ao certo. E suficiente dizer que são descritos como bárbaros saqueado­res por Strahd, e parece não haver nenhuma razão para duvidar dessas informações.
Após décadas de guerra, Strahd e suas legiões conduzi­ram os Tergs de volta para as passagens nas montanhas, de onde eles tinham saido. Finalmente, o inimigo havia sido derrotado e as terras ancestrais da família Von Zarovich foram retomadas. Ao entrar no vale de Baróvia à frente de um exército exausto e desgastado, o grande príncipe reivin­dicou o direito de reger as terras que foram retomadas dos Tergs. Alguns sábios vêem esse evento como sendo apenas a troca de um tirano por outro. Outros sábios, no entanto, vêem Strahd como um herói libertador que reivindica nada mais que a justa recompensa por anos de esforço.
Enquanto seus vassalos consertavam o Castelo Ravenloft, Strahd enviou uma mensagem aos esparsos sobreviventes de seu clã. Ele convidava a todos a se junta­rem a ele para estabelecer uma linhagem que reinaria sobre Baróvia durante os próximos séculos. Por ordem sua, uma coroa da mais pura prata foi criada para registrar a ocasião e se tornar o símbolo do poder naquelas terras verdejantes. Strahd não sabia que, três quartos de milênio depois, ele ainda estaria usando a mesma coroa embaciada.
Apesar de toda vitalidade e entusiasmo que demonstrava externamente, o Lorde de Baróvia era uma sombra do homem que havia sido antes. Os anos de guerra o haviam deixado mental, emocional e fisicamente exaurido. Embora sua saúde fosse boa o suficiente, seu espírito havia entrado em um período sombrio, definhador que só poderia terminar com a passagem final da alma e o repouso do corpo. Strahd aceitou seu destino. Com os Tergs derrotados e suas terras
ancestrais retomadas, sua tarefa estava concluída. A morte logo chegaria para o guerreiro envelhecido. Ele não a temia nem procurava escapar de seu abraço.
Com a chegada de seu irmão Sergei, no entanto, a vida de Strahd mudou repentinamente. Sergei era quase duas décadas mais jovem que Strahd e estava entre os homens mais bonitos de Baróvia. De certa maneira, ele fazia o prín­cipe-guerreiro se recordar dele mesmo, no período antes dele empunhar a espada e o escudo. Ele sequer precisava olhar para Sergei para ver todo o esplendor de uma vida que ele próprio poderia ter conhecido. Strahd, evidentemente, desprezava seu irmão por causa disso.
Durante sua jornada em direção ao vale, Sergei conhe­ceu uma jovem de nome Tatyana. Ela era tão linda e cheia de vida quanto Sergei e não foi surpresa para ninguém quando eles anunciaram seus planos de casamento. Strahd, entretanto, recebeu a notícia como uma derrota maior do que qualquer uma das que ele havia sofrido na guerra. O senhor de Baróvia estava profundamente apaixonado por aquela simples aldeã. Ele via nela uma chance de recapturar todas as coisas que acreditava perdidas para ele. Com cer­teza, ela estava encantada pelo homem errado.
Os trágicos eventos que se seguiram são melhor relata­dos pela pena de quem esteve lá. Veja O Memorial de Strahd na página seguinte.
De acordo com o calendário Baroviano, foi no ano de 351 que as Brumas surgiram para clamar Strahd, o Castelo Ravenloft e toda a Baróvia. Ninguém sabe ao certo como o Semiplano foi formado, apesar de existirem várias teorias.
Talvez seja mais prudente não pensar muito nesse mistério.

Tempos de Mudanças
Ao longo da história sinistra de Ravenloft, existem diver­sos pontos nos quais aconteceram grandes mudanças, que alteraram a estrutura do próprio Semiplano. Os mais impor­tantes são os seguintes:
Formação: 350 — 449
O primeiro século de existência de Ravenloft começou segundo muitos sábios no ano de 350, apesar da formação do Semiplano do Pavor não ter acontecido antes 351. Esta é uma questão tanto de conveniência como um reconheci­mento do fato que os eventos que trouxeram as Brumas à Baróvia são anteriores à formação do continente.
O Primeiro Século, como é constantemente chamado, foi uma época de microcosmo. O único domínio possuído pelas Brumas era Baróvia e o único lorde era Strahd von Zarovich. Este período é descrito com detalhes no romance i, Strahd.
Não existe nenhuma evidência da presença de Vistani em Baróvia nesta época, embora certamente existissem ciga­nos. Esta é uma nota importante de se salientar, pois vários sábios erroneamente se referem aos ciganos que vivem em Baróvia nessa época como sendo Vistani.
Chegadas: 450 — 549
Durante esse período, o domínio de Baróvia se tornou o lar de uma nova raça de pessoas, os misteriosos Vistani. Seu líder, Madame Eva, não demorou muito para perceber o poder do vampiro Strahd e forjou uma aliança com ele. Exatamente de onde esse povo veio não se sabe, mas eles têm poderes que nenhuma outra criatura em Ravenloft seria capaz de imaginar.
Além dos Vistani, outras criaturas dignas de nota chega­ram à Ravenloft durante este período. As mais importantes delas são Jander Sunstar e o lich Azalin.

É durante este período que Strahd encara seu primeiro grande desafio em Ravenloft. Cm grupo de aventureiros que havia sido trazido pelas Brumas de alguma terra dis­tante, entrou no Castelo Ravenloft com a intenção de des­truir o vampiro que ali vivia. Não existe nenhum registro hoje em dia contando exatamente como esses tolos heróis pereceram.

Expanção: 550 — 649
Apesar do segundo domínio de Ravenloft (Forlorn) ter se formado em 547, não foi até o Terceiro Século que o Semi- plano do Pavor começou realmente a crescer. Durante essas dez décadas, cerca de uma dúzia de novos domínios apare­ceu. Exatamente o que causou essa expansão repentina não se sabe.
Séculos de isolamento deixaram os cidadãos de Baróvia altamente xenófobos. Os moradores dos novos domínios possuíam crenças, costumes e linguagens diferentes. Da mesma forma que os barovianos, eles também sentiam relu­tância em confiar em seus novos vizinhos. As tradições de isolacionismo e desconfiança estabelecidas durante esse século não se enfraqueceram durante os anos, décadas e séculos que se seguiram.

Campanha do Homem Morto: 650 — 734
Esse período é lembrado pelas guerras entre Falkóvnia e seu domínio vizinho Darkon. Não sabendo que o lorde de Darkon possuía grande poder sobre os mortos (e mortos- vivos ), Vlad Drakov enviou incontáveis exércitos para a morte num esforço para aumentar as fronteiras de seu domí­nio. Parece certo que Dravok não compreendia totalmente a natureza de sua prisão nessa época. As Brumas só reconhe­cem suas próprias fronteiras, não as que são criadas pelos homens ou seus exércitos.

A Grande Conjunção: 735 — 740
Em 735, o vidente Vistani Hyskosa profetizou a destrui­ção do Semiplano do Pavor. Em uma visão terrível e assus­tadora, ele previu uma série de seis sinais que viriam a acontecer e destruiriam a Terra das Brumas.
Reconhecendo essa chance de escapar das Brumas e seu longo cativeiro, o lorde lich Azalin ficou fascinado pelas palavras de Hyskosa. Devido a sua interferência, entre­tanto, o quinto e o sexto sinal da Conjunção aconteceram fora da ordem. Graças a esse erro, o caos se espalhou pelo Semiplano. Quando as Brumas se afastaram e a terra foi reparada, a geografia do Semiplano havia sido alterada drasticamente. Muitos dos lordes dos domínios ainda estão descobrindo os novos poderes e habilidades que lhe foram legados durante essa Conjunção.
O aspecto mais fascinante do "novo" Ravenloft foi a Grêta Sombria. Parecendo-se muito com uma grande fenda rasgada no coração do Núcleo, o Penhasco é uma área de trevas e brumas. Exatamente o que é e que horrores ele pode conter, ainda não se sabe. E interessante notar que os Vistani não falam a respeito do lugar e sempre fazem um sinal de prote­ção quando ele é mencionado em sua presença.

A Colheita Macabra : 740 — 750
Sem se abalar por sua tentativa fracassada de escapar do Semiplano do Pavor, Azalin deu início a um novo plano. Usando um dispositivo macabro, o lorde lich planejava se tornar um demilich. Ele tinha certeza que uma criatura tão poderosa, conseguiria escapar das Brumas. Durante quase uma década, o plano de Azalin foi se desenvolvendo. A Máquina Infernal que ele usaria para se elevar ao status de demilich foi construída e as almas que a fariam funcionar foram colhidas.
No final, entretanto, o plano de Azalin parece ter falhado. No momento crítico da ascensão, um poderoso grupo de aventureiros destruiu a máquina e, aparentemente, o próprio lorde lich.
A destruição da Máquina Infernal causou repercussões que foram sentidas por toda Darkon. Milhares de pessoas foram instantaneamente mortas. A cidade de II Aluk trans­formou-se em uma cidade arruinada de mortos, de onde o domínio retirou seu novo nome: Necrópolis
Seguindo as pegadas deste desastre, uma criatura terrí­vel subiu ao poder no domínio de Necrópolis. Chamando a si próprio de Morte, ela parece encarnar exatamente esse con­ceito. Embora seja certo que o poder de Morte é grande, as Brumas não o reconheceram como o lorde do domínio. De fato, até o presente momento nenhum lorde negro parece governar Necrópolis .
Enquanto tudo isso se passava em II Aluk, outra tragédia se abateu sobre o Semiplano do Pavor. Depois de décadas combatendo o Mal, o estimado Dr. Rudolph van Richten morreu nas mãos da cruel Madame Radanavich. O fato do grande caçador de vampiros ter arrastado Radanavich con­sigo para o túmulo é um pobre consolo pelo falecimento desse grande herói.
Recentemente, o Aglomerado Cumes Ardentes se for­mou nas Brumas, trazendo aquele que é, provavelmente, o mais poderoso de todos os lordes de domínio: Vecna. Simul­taneamente, um novo mar apareceu no lado leste do Núcleo. O Mar Noturno trouxe consigo novas ilhas a serem explora­das (ainda que algumas delas sejam antigas Ilhas do Terror) e novos horrores a serem temidos.

A campanha começará no ano de 734 para 735 , apesar dos jogadores poderem ter o conhecimento do que ocorre nesse periodo, os personagens não terão a minima idéia das mudanças que estão por vir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário